Emigração de jovens licenciados
"NOTICIA"
Jovens licenciados estão a emigrar para o Luxemburgo
por Lusa07 dezembro 2011
O conselheiro social na embaixada de Portugal no Luxemburgo, Carlos Correia, que participou na conferência "Fluxos migratórios: novas tendências da emigração portuguesa", no Porto, afirmou que, "em geral, o desemprego tem crescido" naquele país, situando-se actualmente nos 6,2 por cento, sendo que a comunidade portuguesa representa "cerca de um terço" do total dos desempregados. Em 30 de Setembro, disse, "4.647 portugueses encontravam-se desempregados", representando "31,8 por cento dos desempregados no Luxemburgo".
Carlos Correia afirmou "não haver dúvidas" de que "há uma nova vaga de emigração para o Luxemburgo", acrescentando que esta realidade levou a coordenadora dos serviços sociais da autarquia da cidade do Luxemburgo a afirmar publicamente que "há mais portugueses a chegar por causa da crise e por não encontrarem trabalho em Portugal". O responsável disse também que a embaixada e o consulado geral "recebem diariamente emails de jovens licenciados em medicina, enfermagem, advocacia, engenharia e economia", que residem em Portugal ou já no Luxemburgo, a solicitar apoios e informações sobre o ingresso no mercado de trabalho luxemburguês.
Carlos Correia salientou ainda que também associações locais de apoio "recebem diariamente novos portugueses" ou "pedidos de informação" sobre o que é preciso para ali trabalhar. Afirmando que o Luxemburgo acolhe, em média, cerca de 2.300 portugueses por ano, o conselheiro lembrou que o ministro do Trabalho do grão-ducado afirmou, em finais de outubro, que aquele país "já não é o 'eldorado', mostrando-se preocupado com a nova vaga de emigração portuguesa". Já o conselheiro social na embaixada de Portugal em Paris, Vítor Gil, disse que França regista também "a chegada de novos fluxos de emigrantes", contudo, "os seus contornos continuam ainda por definir, dada a falta de estatísticas rigorosas".
"Não dispomos de registos, apenas de estimativas, calculadas através das inscrições" efectuadas junto da Direcção-Geral dos Assuntos Consulares e das Comunidades Portuguesas, que são "facultativas", disse. Vítor Gil referiu, contudo, ser possível perceber que os portugueses que emigram para França "procuram uma vida melhor, vão com dívidas e o que lhes importa é ganhar mais e depressa". Em contrapartida, afirmou, através dos pedidos de reforma é possível perceber que "mantém-se alto o número de pensionistas pelo regime francês a regressar a Portugal".
Nos Estados Unidos da América, a realidade é diferente, afirmou à Lusa o conselheiro social na embaixada de Portugal em Washington, José Galaz, adiantando que o desemprego do outro lado do oceano é já "muito elevado", o que torna "difícil" a emigração legal. Na sua opinião, acresce o facto de "o português não estar hoje em dia disposto a aceitar qualquer emprego", em especial "trabalhos indiferenciados que são muito mal pagos". Para José Galaz, a nova vaga de emigrantes portugueses nos EUA é composta por "doutorandos, empreendedores, investigadores", pessoas que estão "nas melhores universidades americanas e em Silicon Valley", por exemplo.
Andreia Oliveira nº3
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